segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Sobrado do Pastor Voges.

Casado com Luísa Elisabete Diefenthaeler de São Leopoldo, a primeira filha do casal nasceu em Campo Bom e em 1833 o Pastor Voges fixou-se definitivamente em Três Forquilhas, onde passou a exercer outras atividades paralelas ao pastorado. A partir dessa época começou a construção do sobrado onde instalaria sua residência.

            O pastor Karl Leopold Voges vindo de Hannover em 1825, que exerceu o pastorado na colônia desde sua vinda até seu falecimento já em idade avançada, usou o sobrado como casa comercial e sala de aula, além de utilizá-lo para cultos durante a construção da igreja.
            Durante três anos os cultos eram feitos na ala central da residência, na ala esquerda o pastor instalou sua moradia, e na ala direita a atividade do comércio e a administração da colônia, a casa ainda era utilizada como ponto de encontro para as reuniões da comunidade.
            O sobrado do Pastor Voges é a construção mais antiga, neste, escravos foram a principal mão de obra na construção, mescla estilos português e alemão de arquitetura, inaugurado em 1850. Seu construtor foi José Pereira, português trazido pelo pastor, se casou com uma luterana de Três Forquilhas e deixou larga descendência na região.
            .O sobrado do Pastor funcionou como núcleo da comunidade até 1870, logo depois os afazeres foram assumidos pelos seus filhos, principalmente por Adolfo Felipe Voges que construiu sua moradia no lado oposto do sobrado.

            Hoje o sobrado pertence a Renato Schmitt e preserva um pouco de sua originalidade, porém a parte superior não existe mais. O proprietário é bisneto de Cristovan Schmitt e neto de Alberto Schmitt. Atualmente a casa serve somente de residência e necessita de restauração.

Centro de Itati.

O centro de uma cidade ou município se define pela quantidade de comércios localizados nesse local, mas varia conforme a extensão territorial e o número de habitantes, por isso o centro de cada cidade em específico é diferente do de outras.

Em Itati o centro se localiza onde estão concentrados os principais estabelecimentos, como: a prefeitura, escola, câmara de vereadores, posto de saúde, cartório, restaurantes, mercados, mecânica de veículos, marcenarias, e as residências. O diferencial deste município é que o centro tem apenas uma rua, que é praticamente a única pavimentada além da Rota do Sol que passa pelo território itatiense.
A economia desta localidade é a mesma das demais, além dos comércios que não se acham nas outras. Ainda se mantém a prática do plantio de verduras para o sustento de muitas famílias.
Podemos apontar como pontos turísticos do centro de Itati, o Sobrado do Pastor Voges e os pontos de fácil acesso ao rio Três Forquilhas que muitas pessoas procuram para se refrescar no verão.
Devido à vinda de imigrantes japoneses na metade do século XIX para o município e que acabaram construindo suas moradias no centro, hoje muitos deles vivem da plantação e venda de flores, fazendo assim, com que o município fique conhecido em outras cidades.
Outra cultura que eles trouxeram, foi a prática do sumo, luta de confronto corporal entre dois indivíduos que tem como objetivo derrubar seu oponente ou colocá-lo para fora do tatame (que nesta luta se chama “dohyo”). Esta luta ofereceu a muitos jovens do município a oportunidade de conhecer outros estados do Brasil, como o de São Paulo, onde participam todo ano do Campeonato Brasileiro de Sumô junto à equipe do Rio Grande do Sul.

Os japoneses do município em conjunto com outros moradores criaram a ACEI (Associação Cultural e Esportiva de Itati), que com a junção de fundos construíram um ginásio poliesportivo no centro, onde hoje ainda acontecem jogos diariamente de segunda a sexta, além de todo ano os jogos do campeonato municipal de futsal serem realizados nele.

Localidade de Costa do Morro.

Costa do Morro é a localidade que faz limite entre Terra de Areia e Itati, possui duas estradas de acesso, sendo uma a Rota do Sol e outra estrada de chão, que antes da Rota do Sol ser construída, era a única estrada que passava pela localidade.

Os moradores da comunidade trabalham a maioria, na agricultura, e outros com construção, funcionários públicos e comércios da localidade, além daqueles que trabalham em bairros e municípios vizinhos. As tendas nas margens da Rota do Sol empregam muitas pessoas do bairro, mas a maior fonte de renda está focalizada no setor primário.
Atualmente Costa do Morro é um bairro do município de Itati. Ainda existem engenhos de açúcar, só que não são movidos pelos bois e sim à energia elétrica, as formas de sustento são quase todas da agricultura.
Existe na comunidade um campo de futebol. O time da Costa do Morro participa de importantes campeonatos no litoral norte, além disso, todo ano é sede do campeonato do município. O veterano da região também utiliza do campo para fazer seus jogos, além disso, ocorrem amistosos feitos que trazem visitantes até a comunidade, o que resulta em movimento para as tendas e restaurantes locais.

Na região existe uma fábrica de sapatos, onde trouxe oportunidades de empregos para várias pessoas da comunidade, oferecendo uma nova forma de renda para família, que muitas vezes depende somente da agricultura.

Localidade de Arroio do Padre.


O local passou a ser chamado de Arroio do Padre, e tinha várias espécies de caça, era constituído por mata nativa. Os caçadores de fora queriam caçar no local e pediam a permissão para o Pastor que morava na região, e todos começaram a chamar de Arroio do Padre, pois o Pastor era conhecido na comunidade como Padre.
       “Os primeiros moradores do Arroio do Padre foram: Carlos Schuaitzer, Cristiano Fuzil, Juca Maria, Leandro Rodrigues, Lucidório Rodrigues, Joao Jacinto, Nico Nascimento, Pedro Flor, Carlos Justin, Joao Trisch Sobrinho, Joao Vieira, Serafim (Cabeleira), José dos Santos, Minote de David, Joao Pereira, Carlos Witt.” (TERRA DE AREIA: MARCAS DO TEMPO, Pág. 199, Ely Huyer, Nilza.)
A economia da zona de Itati e Arroio do Padre na época tinham como base a rapadura, feijão, milho e a banana, sendo transportado por animais. Quando não tinha a carga toda para levar eles colocavam pedra no outro lado do cesto para equilibrar a carga. Os produtos eram comercializados com a região Serrana subindo pela Serra do Arroio do Padre, cruzando pelo faxinal, que já pertencia a São Francisco de Paula.
Hoje na localidade de Arroio do Padre as estradas são precárias, tem muitas valas na margem. Para ir de automóvel tem que ser bem devagar. A economia é baseada na agricultura, o que predomina mais no Arroio do Padre é a plantação de banana e a palmeira real que é uma alternativa tecnicamente viável e economicamente rentável, que auxilia na recuperação de áreas degradadas e possibilita o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva de palmito de qualidade.

Outro fator importante para a comunidade é o apoio da COOMAFITT (Cooperativa Mista de Agricultores Familiares de Itati, Terra de Areia e Três Forquilhas), pois muitas das famílias vivem da agricultura, e vendem seus produtos somente para a cooperativa, tirando dela todo seu sustento. 

sábado, 14 de novembro de 2015

Casa de Pedra na localidade de Costa do Morro.

Localizada as margens da rodovia Rota do Sol, a 10 km da sede do município, com fácil acesso devido à localização, podendo se chegar ao local com qualquer meio de transporte.
A Casa de Pedra (ou Casa de Santo Antonio) estima-se que sua construção tenha sido realizada na metade do século XIX, feita por escravos, que retiravam pedras de basalto do mesmo terreno e as talhavam a mão, montando com o estilo pau-a-pique, utilizando barro como cimento, e sua madeira farquejada a machado.
O primeiro proprietário da casa foi Antônio de Souza Netto. Seu nome foi dado devido a sua família, que era devota de Santo Antonio, o que levou a ele se tornar devoto também. Antonio criou um altar dentro da casa para deixar o Santo e louvá-lo.
A fachada da casa é voltada para o Rio Três Forquilhas, que na época tinha o caminho dos tropeiros, que seguia o curso do mesmo até os campos da serra.
Pessoas antigas contavam que Antonio era comerciante de escravos, e a casa servia de abrigo para eles. Segundo relatos de moradores vizinhos, existiam dois cômodos muito diferentes do comum, o “quarto do castigo”, onde os escravos que faziam algo de errado eram colocados de “castigo”, levavam chibatadas e surras. O outro quarto era o “quarto da reprodução”, que o nome já explica bem, era onde ocorriam as relações sexuais.

Essa Casa poderia vir a ser um ponto turístico de Itati, pois contém uma história muito antiga, e que não faz parte apenas da história do município.

Furnas na localidade de Arroio do Padre.

Encontra-se no fundo da localidade de Arroio do Padre, no município de Itati/RS. A localidade tem sua economia baseada na agricultura, mais especificamente no plantio de banana, devido ao terreno para plantio, todo em encostas.
Saindo da sede do município, se percorrem aproximados 7,6 km em estradas um pouco precárias até certo ponto, e dali em diante o acesso se torna restrito a veículos como carros e caminhões. De bicicleta, levam aproximadamente uma hora e meia para terminar o processo de ida.
  A altura obtida ao chegar, é de 430m. Devido à altura, maior parte do percurso é íngreme, sendo assim, apenas pessoas treinadas sobem andando de bicicleta.
O que é furna?
Furna é uma cavidade em rochas, mais precisamente em morros. São criadas em longo prazo com a ajuda do vento e da água.
Na maioria das vezes, elas acontecem em rochas de arenito, pois o material é mais fácil de desfazer com a ação da natureza.

Itati visto de satélite.


sexta-feira, 13 de novembro de 2015

História do município.

Itati é um município brasileiro localizado no Estado do Rio Grande do Sul. No dia primeiro de janeiro de 2001 foi instalado como município, se emancipando do município de Terra de Areia. Mas a história da cidade se inicia do século XIX na colônia de Três Forquilhas.
Com base nas pesquisas de Elio Muller a colonização iniciou em 1826, por 16 famílias de imigrantes alemães. O assentamento de colonos já com a fundação das colônias de Itati e Três Forquilhas. Porém o isolamento geográfico contribuiu para a estagnação nos primeiros tempos.
Com a república, em 1889 começaram os trabalhos para tirar esta região do isolamento em relação ao resto do Estado, Borges de Medeiros então presidente do Rio Grande do Sul mandou tirar canais de ligação entre a lagoas da região. Com isso, efetivou o impulso a navegação lacustre proporcionando o progresso da comunidade de Itati.
O nome Três Forquilhas foi alterado por exigência das autoridades públicas, para conceder uma nova denominação para ambos os lados, na época da Segunda Guerra Mundial. O lado de Torres teve diversos nomes, como: Dois Irmãos, Guananazes e Porto Alágio. O lado de Osório, hoje município no qual Itati pertence, passou a ser denominado Itapeva.
Entretanto, os pastores protestantes mantiveram denominação Três Forquilhas em seus registros nos livros eclesiásticos, certidões e outros documentos.
Quando se rompeu a Segunda Guerra Mundial, foi ordenada a mudança de todos os nomes de cidades ou localidades que lembrassem a colonização alemã. Em Porto Alegre, teriam sido convidados estudiosos para ajudar na sugestão e escolha de novas denominações.
Para o terceiro distrito de Osório, antiga sede da colônia alemã de Três Forquilhas, então denominado Itapeva, foi adotado o nome Itati.
Dentre os filhos ilustres de Itati, consta o coronel João Niederaurer Sobrinho, herói brasileiro que tombou na guerra do Paraguai. Recebeu justas homenagens, quando, em 1997,foi erigido em busto em praça situada no histórico Sitio da Figueira, em Itati.
O nome do município é de origem indígena (tupi), e significa “água da pedra”, que é a junção dos termos “ita” (pedra) e “ty” (água).